Florescem rios na memória das coisas

Data 07/10/2007 17:56:40 | Tópico: Poemas -> Amor

Florescem rios na memória das coisas,
meu amado,
nas noras mansas em que buganvílias roxas
brotam súbitas do Outono das horas,
destas, em que a alma grita e nos escasseia o sono.

Memórias de um sol de nuvens soltas
em que o meu corpo desnudo
se encontra pleno no sal da tua boca
e, na espessura dulcíssima dos cheiros
me tomas e me beijas os seios
em latitudes sem fim, nas longitudes de ti,
quando entre nós a pedra erguida não mais é do que,
areia diminuída, sob o palmilho dos nossos pés.

Florescem rios na memória das coisas,
meu amado, envoltas em bragal de linho
pelas fúrias das marés.




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