Água de doer

Data 11/08/2011 04:05:04 | Tópico: Poemas

Não nasceu um dia sequer sem que eu te fizesse
- Pedra, Capim, Sertão insone, Água de doer -
um poema de se ler nos olhos,
na carne da boca,
no branco do corpo branco,
nas entrelinhas das minhas mãos enluvadas.

Nenhuma porção de hora sem que o amor gemesse
no ir e vir do silêncio aflito;
nas badaladas da minha memória;
nas reticências de certas palavras
que cobrem a noite de cintilações.

Sequer um dia, Menino de sal,
sem que o teu nome
me roesse as vestes
- Pedra, Capim, Sertão insone, Água de doer.



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