Colírio, precisa-se

Data 16/08/2011 02:30:52 | Tópico: Sonetos

Doi-me o olhar ao ver-me assim partícula
De um todo infecto assassino d'arco-íris...
Rubro raiar, meandros de radícula,
Estranho espectro no brilho dos sentires.

Doi-me o olhar à luz da contundência
De um quase tudo que descura a acuidade
Sem sequer dar ao sopro a penitência
De ser miúdo o cisco d'atrocidade.

Ah, eu quero o colírio da Vontade!
Conspurca-me a intrusão a que pertencem
Os meus olhos que não lêem os sinais!

Desespero a luz limpa que me há-de
Ser lição, nácar e lágrima que merecem
Dos escolhos só os vértices consensuais!


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