
NADA FEITO
Data 16/08/2011 04:12:00 | Tópico: Poemas
| NADA FEITO
Um tempo de nada feito, sobra justo nessa face de tez afligente à luz d’um desumano pranto qu'evapora.
Lá fora a rua freme indiferente aos pneus às pedras, à horda. O peito esfacelado acusa, ressente...
Nasceu o inclemente dia, a derradeira hora. Já vigora um desenredo reticente. Um futuro de tristeza acesa me cobra
a desobra onde cá cheguei - previsível esse fecho de história - provei do vinho jovial que avinagrei.
Acordei. Às mãos, o que não vingou. Às íris, reflexos baços do que não verei. No presente, a paz que jamais triunfou.
Crepita o flou d'uma chama raivosa. Dilapida-se o precário pavio que sou. Cuspo cinza, bruma, solidão horrorosa...
Catingosa carne abre-me erros à palma. Medra, doentio, o talo d’uma infausta rosa - o cerne da indecorosa solitude - minh’alma
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