A TERNA LOUCURA DUM POETA

Data 20/08/2011 13:22:44 | Tópico: Poemas

Eu, cá, não sei até se já te vi
disfarçado nas pétalas das flores,
escondido, mas, vivendo por aí...
p'los jardins e p'los campos de mil cores...

Onde talvez se esconda a Florbela,
quem sabe?... Se Camões ou Bernardim?
De um flor, ou, talvez... a partir dela,
estão mandando poemas para mim?...

Quem sabe? Se... afinal... quando me inspiro,
quando no campo encontro os melhores temas...
das flores ou dos poetas eu retiro
o sopro do meu estro p'rós poemas?...

Visitarei os prados muita vez
para tentar falar com todas elas,
porque tenho uma esperança que talvez
te encontre entre florinhas amarelas.

Visitarei os prados muita vez
para tentar falar com todas elas,
porque tenho uma esperança que talvez
te encontre entre florinhas amarelas.

E levarei a estrofe dum poema,
gritá-lo-ei bem alto p'rá paisagem...
para falar contigo sem problema,
as flores entenderão esta linguagem.

É a tertna loucura dum poeta,
ao invocar um outro, seu amigo...
usarei a linguagem mais dileta,
porque sempre um poema irá comigo.

Que o poeta é presente, nunca parte,
é eterno na sua poesia...
tu, ficaste, através da tua arte...
convives, entre nós, no dia-a-dia!...

Matos Serra
http://liricablogonautica.blogspot.com




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