Nesta pedra, onde me sento e descanso, ouço ao longe o murmurejar de um rio, e no sonho recorrente, há um deleite na alma, com campos verdejantes, a perder de vista.
Altas árvores, bêbadas de calor, tocam o céu, mais azul que os azuis, que me são dados ver. E nas planícies, há toda uma gama variada, de flores e plantas, cobrindo o vale até ao fundo.
Pássaros em debandada entoam uma bela sinfonia, e no mais alto, de todos os imensos céus, há ecos vindos daquelas pedras mais abaixo, desgastadas pelos ventos, demais insistentes.
Papoilas e malmequeres, alongam-se até onde o olhar alcança, parecendo um mar coralino, em suas lindas vestes, vermelhas e amarelas, com sinuosas borboletas, pousando nos estames.
Argonauta da natureza, dou por mim a escrever, debruçando-me por sobre o peito extasiado. E narro caravelas, navegando pelos campos abertos, onde um dia foi mar, de um pensamento maior.
Jorge Humberto 23/08/11
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