O Que Eu Sou
Data 11/10/2007 13:31:29 | Tópico: Poemas
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Na imensidão do que eu sou, e do que tu és, Há sempre um mistério por descobrir. Na imensidão do que nós somos, Existe o imenso e o nada. Na imensidão do teu corpo Encontro a tua alma. Na imensidão do mundo, Encontro-me ou fujo de mim. Perco-me por caminhos Que se cruzam neste abismo, Que são os meus pensamentos... Perco-me no egoísmo do que eu sou, Ao perder o meu tempo a decifrar os meus medos. Esqueço-me do tempo infinito que nos circunda E nos leva sem darmos por isso. Esqueço-me do tudo e do nada E de coisa nenhuma. E lembro-me que sinto, Sem saber sentir, Que falo, Sem saber falar, Que escrevo, Sem saber escrever... E lembro-me mais e mais de mim, Para me poder lembrar do todo Que acredito existir. Mas, eu sou do mundo, E tenho na frente do meu rosto, Uma janela imaginária com formas ondulantes, Como os quadros de Dali. Todos os dias agarro no pincel, E como se fosse possível, Transformo as formas ondulantes, Em cubismos de Picasso. Vivo da arte, Das palavras que leio nos livros, Das pessoas que conheco nas ruas, Não sou nada meu, Sou tudo dos outros E do que eles me transmitem. Vivo de paredes claras e escuras, Vivo de noites e de dias, Vivo de ti e do teu corpo. Não me encontro a mim, mas em mim, Encontro o mundo, o teu, o meu E o de todos nós...
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