PARAQUEDAS

Data 26/08/2011 01:46:35 | Tópico: Poemas


Paraquedas
Parachoque
Parafernálias em choque
Os paralelos convergem
Os parafusos distorcem
Os parapeitos sufocam os peitos
Socorro!
Não me enforque
Um raio me contorce
A queda me atropela
A Terra lá embaixo mexe
Vem veloz ao meu alcance
Espatifar-me-á num instante.

Sou o raio
Que penetra o solo
O paraquedas
Não para a queda
Me reconstitui no impacto
O colchão de água
Me afoga
E meus fragmentos dispersos
Nas sepulturas de Órus
No choque
Sem tocar o parachoque
Ascendo às nuvens
Onde anjos sem clarins
Anunciam o desfecho
E o céu me fulmina.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=196940