por água abaixo - Lizaldo Vieira

Data 04/09/2011 01:56:31 | Tópico: Poemas

Por água abaixo - Lizaldo Vieira

Tudo por água abaixo
A ponte quebrou
O riacho
Rachou
O açude sangrou
A semana começa
Com tempo fechado
E frio em algumas regiões
Uma grande massa de ar
Cobre a maior parte do País
Facilitando a formação de nuvens carregadas
A umidade relativa do ar
Fica baixa
No norte
Nordeste
Sul
E no centro oeste
No começo chuva fina
Vento fraco
Moderado
Ameno
Apenas chuvisco
Poucos pingos
Em milímetros
Anuncia a meteorologista
Manhã
De tempo bom
Possibilidades de nuvens esparsas
De repente
O céu
Fecha o tempo
Fortes rajadas de Vento
Assoviam na janela
Nuvens escuras tomam conta do sol
O rio sacode as ribanceiras
Com fortes ondas
Em seguida
A chuva desaba
Cada pingo
Uma cabaça
Vilarejos afogados
Famílias inteiras Em desgraça
Chaga
Chega
Bombeiros
Defesa civil
Desastre igual
Nunca se viu
Cenas dantescas
Invadem os vídeos
As capas de jornais
Nas primeiras paginas
Um só assunto
Rio invade casebres
Encostas de morros
Barracos
Desabam
Mais um tormento
Pra quem
Não teve tempo
De salvar nada
A propagação da frente fria
Rapidamente se alastra
Muda o tempo
As temperaturas entram em acentuado declínio
Enquanto as mínimas podem chegar aos
Agora
As intervenções humanas
Entram em serão necessárias
A tempestade
Será longe demai
Personagens do mundo politico
Reúnem -se
Mostram a cara no sertão
Anunciam
Declaração de calamindade publica
Há dias atrás
Tudo era tão Diferente
Local de viver
Moradia popular
Muita gentesm
Nos barracos
A frente fria Praticamente
Levou metade
Do continente
Motivos para colocar em alerta
O osetor produtivo
O mercado
O preço agora é quem comanda
O preço
Por tudo isso
Fica caro
Carne
Fica caro
Peixe
Fica caro
Ovo
Depois de luta
De água e rochedo
Quem perde mais
É a massa
O povo
Que come farinha
De mandioca




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