FÉRIAS AUSENTES DA CIDADE (Jairo Nunes Bezerra)
Não sou sertanejo. Nasci em grande cidade, aspirando o ar já poluído das indústrias e poucos carros. Também convivia com um ar pior: O originado dos fumantes, predominantes naquela época. A nicotina era o que ocupava os espaços dos buritis e cinemas. O sertão está em cogitação Porque estou passando algumas semanas nele, a conselho médico, por estar com alterações cardíacas. Realmente foi uma boa dica. Durmo tranqüilamente, longe dos noticiários, sem tomar conhecimento das violências. Poderia até dizer que foi uma fuga! Estou contente, mais corado e ativo, embora sinta falta do progresso Em vez do computador, sempre tenho à minha frente vacas peitudas, de onde saem os leites puros e frescos para o café matinal. O nosso café é totalmente diferente do da cidade: Ele consiste em cuscuz, tapioca, Inhame e o gostoso leite quente, ao qual, às vezes, adiciono chocolate. O refrigerante é substituído por sucos de manga, cajá, laranja e até graviola. Próximo à casa grande da fazenda, corre um riacho com água cristalina. Quando não estou na equitação, lá é o meu ponto preferido, devido à aragem constante. O local é uma atração para quem gosta de escrever. Entretanto, me limito a contemplar as paisagens enriquecidas pelas árvores. Vim passar dois dias na cidade e já compus várias poesias, se assim se pode denominar o que escrevo. Na próxima Quinta- feira, pretendo escrever alguns poemas e inseri-los nos meus sites isso se a inspiração se fizer presente. E, então, na mesma Quinta, à tarde, regressarei ao meu pedaço de céu!
|