Agonia

Data 14/09/2011 21:24:37 | Tópico: Poemas -> Fantasia

De ignava sorte se arrastava
à deriva num batel de parco porte
já náufrago da vida se imaginava
quando a luz do farol lhe indica a morte

Na agonia da palavra ressentida
jaz o poeta, a quem já fugira a vida

No rosto, a cal perpetua a expiação
até na morte ele escarneia a própria sorte
já dos prazeres não se aparta, nem se enfada

O homem morre, já o poeta nunca parte


Maria Fernanda Reis Esteves
51 anos
natural: Setúbal



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=199126