
Meteoritos (ou migalhas do pão universal)
Data 19/09/2011 21:18:06 | Tópico: Poemas
| entre um salto quântico e a dança no vácuo sob o maior silêncio já encontrado entre asteróides bêbados e satélites estressados atravessei a Milky Way sem olhar o semáforo atrasado para ver o parto daquela nova estrela que já chegou ao quarto crescente, nos braços e seios de uma nebulosa mãe-constelação acolhedora e radiosa
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se somos feitos de cordas segundo a teoria ainda sou violão desafinado tocando acordes dissonantes serei ainda uma guitarra Gibson em voos-solos cortantes?
a vida seria então uma partitura cheia de escalas e lacunas notas e cifras complexas, indeterminadas uma sinfonia cósmica inacabada, eterna e regida por um maestro sem batuta?
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outros físicos dizem que além de cordas o cosmos tem membranas multiversos flutuantes, multidimensões entrepostas cada membrana é um universo cada universo um objeto orgânico de mesma substância cada universo é como um pão de massas e sabores diferentes num café da manhã estelar e em cada fatia, uma dimensão existente não há dentro ou fora, miolo ou casca seriam os deuses astronautas tomando pingado numa padoca cósmica?
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teorias e relatividades à parte senhores Copérnico, Galileu, Newton, Einstein da metafísica à física quântica me importa mais a quantidade de gravidade na dinâmica e mecânica dos corpos carnais aos celestes quantos gravitons e magnétons são necessários para que dois leigos se atraiam e ocupem por um momento o mesmo espaço-tempo e caiam, vertiginosos como meteoros mas amortecidos por uma cama desavisada?
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