BRASILEIRO RÉU CONFESSO

Data 27/09/2011 14:12:19 | Tópico: Poemas


BRASILEIRO RÉU CONFESSO

Sou brasileiro réu confesso
Às margens nada plácidas
Dos bancos que me negam
Empréstimo

Afrouxei nó de gravata
Desbaratei o maldito terno
Fui bebericar um imenso chope
Num gole alienado e eterno...

- Garçom, desce dois, desce mais
Que ninguém soube me amar! –
(Quero provocar muita pena
Eu, pobre, insolvente rapaz)

Fim de tarde e Inês, a gerente sonsa
Aquela morfética de boca rota e torta
Inês - a pilantra (essa mesma) - é morta
É bancária, só pra me dar do contra...

Vem a madrugada e cacareja sua sirena
Os copos já parei de contar
Nem quero ver de quanto a conta
- Ai, a saudade mata a gente, morena...

Garçom, aqui nessa mesa de bar
Você já cansou de escutar dezenas
De casos de: - me traz as Cibalenas !
(Olerê, olará, a jeito de vomitar)

Deixa estar Inês, amanhã é outro dia
Outro maldito dia, logo de manhã...
Quebrarão novas ondas de patifarias
Nessa praia brasileira tão linda quanto malsã




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