Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho

Data 28/09/2011 18:48:04 | Tópico: Poemas

Despia-se no templo da Mona, onde o altar é um espelho
E as vestes puídas tombavam-lhe dos ombros,
Ao fundo, bem ao fundo, um povo cigano
Eternamente amaldiçoado pelo pecado original
Vagueia, ainda hoje, alimentando-se do roubo
E da caridade dos felizes para com os seus filhos
Deliberadamente estropiados;

Alimentou-se do sangue dos pobres e dos nobres,
Lembrando que um dia na história foram os mesmo;

Contemplou a vontade, tão mísera e impotente,
Submetida a uma outra … incógnita, irredutível;

Mas quando à noite recolhe ao seu leito
Beija, submissa, os pés do seu marido
Alguém a prevenira para o abismo que se abre,
Quiçá em cada milénio, ou cada vez que o
Equilíbrio cósmico é perturbado…



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=200428