
Noite igualitária
Data 02/10/2011 08:44:26 | Tópico: Poemas
| Eram três da madrugada, Eu no meu quarto, Naquela noite cerrada Em pijama, deitado na cama, Mas dormir? Dormir nada! Entã pensei que a noite tudo iguala: Iguala o magala ao general, O padre ao cardeal, Na noite, réu e juíz têm igual nariz! A noite não distingue ricos e pobres, Quem têm medalhas e os canalhas, Quem sobe e quem desce, A noite tudo iguala quando desce, E tudo o que no dia passa À noite passa a passado E passa ao escuro do nada, Nem se vê cortinas floridas Nas persianas corridas, Nem se vê o pijama que vestimos Nem outros vêem o que sentimos! A culpa é do Sol, que tudo ilumina, Mas, ao bater num homem de frente Faz sombra ao que está atrás, Que também é gente!
O sol não é igual para todos, Com ele faz-se contrastes, Distingue-se um magala dum general Um padre dum cardeal Um governante do governado O bem e o mal Os bons dos canalhas, No peito o brilho das medalhas Mas quando a noite cai tudo fica igual Tudo nivelado pelo escuro, O olhar não vê boas nem más acções Nem vê condecorações.
Na noite reina o tacto Mas é bom que cada um se sinta bem na noite, De facto um bom treino, Porque, ao fim e ao cabo, O Homem na eterna sombra tomba!
O problema do Homem, Quando ao sol, À luz do dia, é: O Homem saber andar de pé! ..........xxxxxxxxxxxxxxx....... Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (figas de saint pierre de lá-buraque) Gondomar
|
|