Sigo pelo caminho que me leva até o rio. meus pezinhos ligeiros, me levam. Sinto o cheiro do mato que nasce na orla. Tem um cheiro gostoso, um cheiro característico, que eu nomeei de "cheiro de folha". As flores são delicadas, a maioria brancas e amarelas. A terra na beira do rio, tem uma formação diferente. Um tanto mais lisa, mais dura, pegajosa. Quando se pisa forte, deixa rastro firme da pisada. A água vem, batendo vem, fazendo um chuá, chuá. Lambendo meus pés descalços. A canoa, balança no banzeiro esta presa, se assim não fosse a canoa fugiria e pelo rio desceria, sem alguém que a conduziria. Felizmente, estava bem presa, e mesmo movendo-se pra lá, pra cá. Consigo domá-la, pulo para dentro, pego os remos, e começo meu lindo e breve passeio de Canoa. Me sento na proa, Meu rostinho infantil, sente a a brisa, aspira o cheiro do rio. Minha imaginação, me leva por horizontes jamais idos, dou gritinhos agudos, sou só sorrisos. No vai e vem da canoa, neste suave embalar, meu corpinho, vai amolecendo, escorrega e vai ao fundo da canoa, e acaba adormecendo. Sonho, que estou remando, da beira do rio vou levando, minha canoa. O grande rio vou singrando, deixando a corrente me levar, sem saber pra onde, nem aonde quero chegar. Sinto cheiro da água, esse cheiro que digo eu. Tem cheiro de chuva, que bate no meu corpinho e me faz acordar. Nessa hora, abro os olhos, quero chorar, início uns gritinhos, que chamam a atenção. Desperto de vez e vejo, uma multidão, E gente muita gente, que chamam meu nome, Fadinha...fadinha... cade você? Levanto os braços e alguém chega correndo, me alcançando. Abraçando, beijando, um arranhão procurando, e fala: - está tudo bem? Balanço a cabecinha que sim. e falo: - mamãe, mamãe! Foi só uma travessura de criança. Um lindo, maravilhoso, passeio de canoa. Dominei os rios, e viajei feliz, sentada na proa da imaginação!
Fadinha de Luz
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