
Tremura.
Data 05/10/2011 22:59:49 | Tópico: Poemas
| tremura Um tremido depressivo corrosivo despencava em seu corpo moluscolo disforme Quando o frio é mais intenso, nada pode resumir a satisfação de ser idiota Ela traspassou por pólos Calos de Mendes, foi ao hotel desiludida achava sereno o amor Passou pelos hospícios atarantados com pudor e sua cretina alegria morna Saldou seu enigma na quarta esquina esquizofrênica repleta de lodo Berrou um nome esquecido no passado oco de sua memória febril Meteu sua suplica debaixo do alambrado cara passada a ferro fosco Murmúrio ainda fresa pela macieira à tarde lodaçal ponche fenda de rio Tremeu balbuciando seus cabelos porangos precoce presos ao arame farpado Ejaculou bílis sentada à esteira de pregos pontiagudos que fustigavam suas trompas Derreteu fervente na casca do calcanhar fel de sevada e arroz Rolou esfregando-se nas lixas de unhas fincadas a parede Exauriu um odor pérfido de suas entranhas, abocanhou uma coxa inteira de peru Espirrou em cima do prato dando um arroto estridente e voltou a coçar suas partes brotoejas O ar impedido de sua sala miúda, então cambaleou renitente Sua munheca em cima da estante E de ponta cabeça arremessou seu crânio na quina da pia a direita da copa Repousou a língua mirrada no anzol prêt-à-porter agachada em baixo do varal espinafre Desabotoou o vestido amarrando-se ao corpete rasgado na noite anginofóbica Tentou levantar do sofá onde as molas guinchando sua saia preguilhada multiforme Derramou o leite na toalha bordada ponto cruz avessa perfeito de linhas com sabor amarulas Parou-se ribanceira a baixo, vislumbrando o flutuar harpia de águia rapina grená O rodopio transeunte de contramão, moléstia pelo chão murmurando suplicas a esmo Reabsorveu a saudade ilícita da jaca que apodrecia cancerígena no orvário lama poeira Galpão de brejos serrados, mergulho ravina no horizonte cor de abobora Fez amor abriu a geladeira virou o pote e cerejas creme viscoso escorreram-lhe pelos seios Ass, βιώσας
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