Nas brandas manhãs, deito meu ser; altas árvores se elevam, no encontro com o azul, do céu vespertino; desenhando sua fiel realidade.
À sombra de mim, realizo distintas poesias, que depois deixo vagar, livremente, por entre as águas do rio, que fluem placidamente.
Fecho meus olhos, quando o sol os atesta, entrando pelas frestas, da densa ramagem; e bem dentro de mim, múltiplas cores, se apresentam.
Gorjeios de pássaros, vão pela manhã afora, e em meu vago silêncio, sou doutros, que não de mim, em concreto; almas tantas, que me assaltam.
E assim sou muitos, como neste mar imenso, que sereno se mostra: assim minhas palavras, indo de encontro aos amigos, mitigando sua solidão.
E calçando estradas poeirentas, vou por aí, levando nos ombros, o reflexo dos demais, que fazem de mim, quem eu sou, pela sua entrega e meu cuidado.
Jorge Humberto 09/10/11
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