declaração de guerra
Data 09/10/2011 20:21:26 | Tópico: Poemas
| Moinhos de vento de um Quixote apalermado, perdidos na seara do nosso descontentamento, banhada no sangue dos bravos empunhando uma mentira e uma bandeira, que espetada em solo virgem conspurca o esforço da terra na regeneração das monções. Dai à palavra a metralha e à verve o ribombar dos canhões. Não sou mais que um tolo pendurado na ponta da pena quede arma tem o arremesso do seu próprio peso. Sou a arma nova de um tempo que não chegou e no devir desse tempo estarei algures entre a lucidez e a paranoia escrevendo versos ridículos quem sabe mas de arma terei só o gume do que escrevo, a ferida que abrirei sangrará só em mim, porque em todas as guerras que o homem faz nada mais consegue que verter o seu sangue. Cada criança que desfalece pela demência de uma bala, cada coxa rasgada pelo seu algoz, Em cada sino a defunto é a vergonha que nos cobre.
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