Um quase nada

Data 11/10/2011 00:21:21 | Tópico: Sonetos

Quisera eu não tê-la a toda hora
Qual a uma adaga, lâmina afiada,
A traspassar-me a crua e atormentada
Alma que em tortuoso cais ancora.

Cais da paixão, inóspita parada.
Casa onde a velha insegurança mora;
Onde atraco hoje, muito embora,
Já conhecesse há tempo essa morada.

O que me traz aqui erroneamente,
Senão a ânsia louca, obcecada,
Por esse amor que fere impunemente?

Deixo que a pena leve a uma estrada
Que me conduza à força onipresente
D’um sentimento vão... um quase nada.



Frederico Salvo


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