De quinta

Data 13/10/2011 01:03:03 | Tópico: Poemas

Dá dos teus extremos à duração do momento,
que em cinzas convertes os fracos e seus perfumes.

Move-te dentro da tua sombra,
como uma nuvem longínqua que se dedica insistentemente ao céu.

Bebe comigo deste vinho de quinta, amor,
que sabes do poder artificial das luzes;
dos espelhos amorfos que sobre a cama pelejam!
Que sabes das túnicas de vidro no opaco dos corpos,
vestes imbuídas de fumaça e sal.

Ah, amor, que te ambientas nos lamaçais mais frios, que te sustentas com as promessas mais vãs;
ah, amor, move-te dentro da minha sombra,
como um ciclone que se dedica insistentemente ao caos.



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