Na manhã, translúcida, soprou ao longe, um vento de mau agoiro; e as nuvens, então brancas, obscureceram, deixando no céu um acinzentado,
que se foi esconder, nas linhas das esquinas, e no vão dos insípidos degraus, das casas velhas, da cidade ainda adormecida, indo se instalar, nos bancos dos
jardins. Tão depressa, quanto chegou, assim a chuva, principiou no seu cair água, por sobre o rio, primeiro, para depois se encaminhar, para dentro da cidade.
Como uma cortina, encerrando águas e ventos, a tudo fustigou, principalmente as vidraças das janelas, absorvendo seu impacto, em levadas, parecendo-se a cascatas.
E as árvores, eram agora de um verde-escuro, com o vento instigando as folhas, que, pela força da muita chuva, mostravam o seu reverso, completamente castigado.
E nos jardins, flores jaziam, suas pétalas no chão, como lágrimas cristalizadas, deixando uma estranha sensação de incapacidade, perante a tremenda borrasca.
Jorge Humberto 13/10/11
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