O Feijão e o Sonho

Data 14/10/2011 00:26:58 | Tópico: Poemas

Há muito que ele a observava se indo,
Quase todos os dias, para a universidade.
Invadia-lhe uma gigantesca felicidade,
Que seus olhos ficavam umedecidos.

Ela, em pensamentos perdida,
Não percebia o amor daquele Romeu.
Regurgitava as últimas aulas de filosofia,
Algumas teorias antigas, Sócrates, Prometeu...

Ela não sabia que ele era fazedor de poesias,
Que cultivava jardins, livros antigos e orquídeas.
Tampouco ela sabia que por ela ele era apaixonado,
Que tinha feito para ela um soneto e uma peça de teatro

Onde ela era a personagem principal,
Dona e senhora de refulgente olhar,
Adornada de rosas no mais alto pedestal
Tendo de fundo um mundo azul de mar.

Uma melodia trespassando todo o palco.
Uma deusa vestida com pompas exóticas.
Nuvens argentadas envoltas em pó de talco
Para delírios das leis físicas, químicas e das óticas.

Tudo isso ele tinha para ela oferecer.
Era tanto o amor que mal no peito cabia.
Ela ainda perdida no mundo da filosofia
Evitava, dessa forma, o amor de nascer.

Ela ainda perdida em seus pensamentos,
Envolta nas idéias de Kant e Lavoisier,
Deixando o amor se ir...
Impedindo-o de nascer...

Ela, em pensamentos que lhe remoia,
Não percebia o amor daquele Romeu.
Regurgitava as últimas aulas de filosofia,
Algumas teorias antigas, Sócrates, Prometeu...












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