
[Às Portas de Mim]
Data 18/10/2011 05:54:35 | Tópico: Poemas
| O clac azeitado da fechadura deixava lá fora a noite, os estranhos, os perigos. Por uma fresta no alto da porta o dia estava indo embora...
Hoje sei bem que um tranco só e a velha porta de duas folhas cederia escancarando nossas vidas. Mas quem daria esse tranco, quem forçaria as portas de guarda de um santuário de pobre?
Em contraponto, eu pergunto: se hoje eu estou encerrado na construção que me sepulta, quem forçaria as portas que dão para este calabouço, quem bateria às portas minhas?
[Ninguém sabe quanto vale, logo, ninguém paga o preço real de ninguém, e se mais clareza me for demandada, direi que clareza maior não pode haver que mirar as áscuas na água do fundo de um poço quando sol está a pino]
__________ [Penas do Desterro, 08 de janeiro de 2010] [Excerto do meu Caderno 4 – texto 147]
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