Que seja fácil, curar-te do peso dos pés fincados nas coisas iguais que deixam a boca cheia de metáforas desnecessárias e explicações.
Que seja rápido a tua falta de poesia, os teus enigmas e parábolas, os teus medos do teu próprio escuro, os teus pequenos pecados.
Que sejam leves os teus livros práticos e as tuas teorias, os teus manuais sem folhas, as coisas que te distanciam das minhas águas.
Que seja possível criar vôos surreais com o meu corpo morrendo de infinito quando te fito, quando te sinto, quando te dou todas as coisas inominadas da pele.
Que dure muito mais do que o espaço entre a tua língua e a minha nas vezes em que te arranco verdades.
Que seja para além do bem, para além da pulsão da vida e de morte.