Espírito indomável

Data 22/10/2011 08:50:00 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Desamarro as mãos o corpo e o pensamento
Fustigo para longe as vendas nos olhos
Melancólicos de contemplar as transitoriedades mundanas
Ignoro a censura nas palavras que brotam da minha boca aos molhos

Acenando sempre o estandarte da solidão assumida
Dualidade feita prazer e mágoa em máscara individualista
Sentindo a lâmina que eu mesma me espetei
E o arrependimento que tarda em chegar luz de purificação
E a opressão que permanece em mim
E teima em ficar impedindo a evolução

Arredando do meu espaço a negrura duma alma sombria
Imodesta e obcecada que não vê a dádiva candidez da vida
Porque há a entidade que brota
Do nosso coração como humanos
E os artificialismos criados pela ganância e os medos
Que aniquilam, degradam se escondem
Em estatutos efémeros e falsa abundância de alienados segredos

Uma estranha num mundo de martírio
Dilacerada pela lança que infringi a mim própria afundada
Insensível ser egoísta sou pois a precação no meu peito
Ainda sustenta a consequente reacção perversa
Navego entrementes em águas transparentes
Em correntes marítimas e ondas gigantes
Que me submergem e seduzem
Numa indomesticável sublevação interior
Renúncia anunciada ao adulterado provisório
Em insubmisso aconchego de amor




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=203115