a Noite do estupor

Data 28/10/2011 19:06:34 | Tópico: Poemas


Vou a caminho montado na Noite,
meu alazão de crina azul
sem tempo para esperar pela demora dos dias.
Chamo-lhe Noite
porque os dias não me carregam no sonho da saudade,
são delírios de espera pelo aconchego do travesseiro,
quando a Noite me esporeia os desejos
a coberto do sono que me desejas calmo.
Os cascos como martelos
batem o compasso disparado do azul sereno
da Noite que me instiga.
Se ao menos a Noite não fosse só minha,
se ao menos a loucura fosse tua também,
escurecíamos os dias e juntos na Noite
eternizávamos a claridade da nossa nudez
em luares de estupor, desse azul em água mate.




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