Poema em forma de conto - As bruxas da minha aldeia.
Data 31/10/2011 17:59:49 | Tópico: Poemas
| As bruxas da minha aldeia.
Já dizia a minha avó, que não existem bruxas O safado do meu avozinho diz que elas existem Conta ele, que um dia, já tarde, quase três horas Da manha, com o seu carro de bois, cheio de vinho Que na fonte, ali, bem na encruzilhada, lá no fundo Escutava risos e muita algazarra, era noite de lua cheia O barulho das rodas do carro dos bois era estridente Logo, tudo parou e permaneceu no maior silencio mortal Meu avô, suava, rezava credos, colocou a camisa do avesso Mas o barulho da carroça era grande, era na encruzilhada Ele tinha que a passar, mas como? Logo, ele viu uma bruxa Gorda e feia que nem um cão, cheia de verrugas, fedendo Rindo maldosamente, sedenta, queria mais e mais, vinho Assobiou forte e chamou os compadres, vieram muitos mais Bruxos, bruxas ainda mais horrendos, feios e mal cheirosos O carro parou, o vinho sumiu e a bruxa roubou as suas roupas Rindo da sua vergonha, deixando-o horrorizado e humilhado Vôos rasantes, cruéis, risos compulsivos, o medo da derrota Que ele iria falar ao seu pai, chorando, suplicando, o seu vinho Seria o palhaço de toda aldeia, todos iriam se rir dele, que fazer? Cansado adormeceu, sendo acordado pelas mulheres, nu, sozinho Elas riam a bom rir, cesto de roupa para lavar no tanque da aldeia Até que uma pobre menina se enterneceu e deu-lhe as roupas do seu pai Sem se importar com riso das amigas e maldosas mulheres, apaixonou-se Era a minha avó que disse que tinha bebido e que ele apenas tinha sonhado...
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