...morrem de pé

Data 02/11/2011 19:49:17 | Tópico: Poemas


O musgo come a pedra pela orla do tempo que lhe passou,
sem tempo a perder esmera o granito roído nos gumes
pelas horas de invernia. Gota a gota perde os sabugos
que a prende à terra e rola montanha abaixo perene
de rudeza no caminho que traça. Arrasta tudo por
onde passa, e jaz inerte amontoada com as outras
que a precederam. Aninha-se na sombra do
carvalho que já morto também, assinala
de pé um tempo que já não é.
Escombros são agora seu chão,
a montanha que já não vê,
esventrada em renovação
perpétua testemunha
o orgulho do morto
que não
cai.




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