Canção IV

Data 06/12/2011 16:13:07 | Tópico: Poemas


Porque te amo
Deverias ao menos te deter
Um instante



Como as pessoas fazem
Quando vêem a petúnia
Ou a chuva de granizo.



Porque te amo
Deveria a teus olhos parecer
Uma outra Ariana



Não essa que te louva
A cada verso
Mas outra



Reverso de sua própria placidez
Escudo e crueldade a cada gesto.


Porque te amo, Dionísio,
é que me faço assim tão simultânea
Madura, adolescente

E por isso talvez
Te aborreças de mim.
[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]

[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]



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