Canção VI

Data 25/02/2012 10:48:39 | Tópico: Poemas


Três luas Dionísio
Não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez
Digo a minha estrela, essa que é inteira
prata dez mil sóis

Sírios pressagam que Ariana pode estar sozinha sem Dionísio
Sem riqueza ou fama porque há dentro dela um som maior
Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada
Mais luzente alta quando tu Dionísio não estás

Três luas, Dionísio, não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez
Digo a minha estrela, essa que é inteira
prata dez mil sóis

Três luas, Dionísio, não te vejo


[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]

[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=204504