Anjos nocturnos

Data 23/10/2007 11:22:56 | Tópico: Poemas

Através da densa noite abrangente
Enquanto caminhamos em sucessões de instantes ébrios, procurando o que tantas vezes nem se sabe o quê
Ainda que se sinta presenças, percurtindo directamente no coração, a iludir a solidão que não se quer só.

No meio da sala rectangular, metálico ecrán cinzento de superfície vitríca, tão fria
Projectam-se cenas, abraços, sorrisos
como sombras letais
como lentos àcidos a perfumarem a pele
Despertam matiz, líquidas substâncias de entrega.

Doces presenças chegam distantes, dão nome ao abandono
Dissolvendo lentamente a solidão anónima,
que muda o final da história de mais um dia sempre igual.
Fugir é a única ideia, contagiar-nos daquele espaço virtual.


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