quase liberdade

Data 05/11/2011 16:11:33 | Tópico: Poemas

lembro de você
como quem perdeu
a hora:
com pressa
e sem olhar para trás.

essa clareza rouca
ainda é pouca para
as coisas da alma.
lembro de você como
uma transa de final de noite,
com um alívio desemocionado,
como uma porcaria qualquer.

quando te olho,
a carência me conforta;
"ah minha filha, fica assim não!
essas coisas acontecem..."

que droga é essa?
não sinto nada:
nem remorso.

quem foi quem inventou
esse troço de amor romântico
com final feliz?

o melhor exercício
é sempre aquele sem lógica.
descartes que me perdoe
mas ultimamente existo
sem pensar.
(sou quase boa nisso)

chiara



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