Coxas rasgadas

Data 10/11/2011 21:15:41 | Tópico: Poemas


Lembro como se fosse hoje,
aquela madrugada de inverno,
a sala revestida de mármore,
branca como tuas coxas
que se rasgaram na minha pressa de ser.
Sou desde aí impassível
ao sangue que te escorre
e retinta o alvo lençol.
Sou na insensibilidade dessa dor
que não queria sentir
mas que almejo minha.
Em cada letra,
cada palavra que te dedico,
escorre o mesmo sangue
que macula a alva nulidade,
e marca
o percurso errante que me traçaste.
Eternizas-me
o inverno do momento que fui,
essa dor que não devia ser minha.




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