VOZ SEM ECO

Data 12/11/2011 15:19:55 | Tópico: Poemas -> Sombrios















Este viver ao acaso

Será que estou nascendo

ou morrendo?

Como a chuva que cai,

que morre batendo!


Enquanto a vida me quebra em pedaços,

eu pássaro sem asa me abrigo

em seus braços.


Será que vivo o que não entendo

Ou entendo o que não vivo?

O tempo me está removendo

Haverá caminho alternativo?

Lavo lágrima a lágrima

o rosto, como gota de chuva que cai

calada de emoção,

sem um ai.


Condenada de antemão.


Este viver ao acaso

Gasta-se o tempo e me gasto!

Não deixa pégada ou rasto

Da vida me afasto.

Sonhos vivem em mim,

mas seca da vida me refugio

na criança, fantasio

a vida e seus caprichos,

e vivo também de esperança.


E é desta maneira estranha

Que a vida vai tomando seu curso

E a morte vai crescendo, duma

dureza tamanha.

Assim se acaba o percurso.


Por agora escolho viver

Como esta chuva que cai no espaço,

que na minha janela vem morrer,

como meus olhos de cansaço.




rosafogo

natalia nuno



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