Soneto ao Vil Inseto

Data 18/11/2011 12:20:24 | Tópico: Poemas

Enquanto a rude plebe alvoroçada
Do rouco vate escuta a voz de mouro,
Que do peito inflamado sai d'estouro
Por estreito bocal desentoada:

Não cessa a cantilena acigarrada
Do vil inseto, do mordaz besouro;
Que à larga se criou por entre o louro
De que a sábia Minerva está c'roada:

Enquanto o cego ateu, calvo da tinha,
Com parolas confunde alguns basbaques,
Salmeando a amatória ladainha:

Eu não me posso ter; cheio de achaques,
Cansado de lhe ouvir ³ "Bravo! Esta é minha!"
Cago sem me sentir, desando em traques.


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