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    	Data 20/11/2011 18:37:27 | Tópico: Poemas -> Natal
 
  |  Da minh´ alma que se foi um dia à chegada de tudo o que eu não sabia amurada à jangada que tudo despedia restam os destroços afundados na maresia
  Porque se sobrassem vidas encaixadas ao leme desnorteadas por aprisionadas duma expedição para afundar as remadas alguém se lembraria das velas incendiadas
  Em praças cantadas aos gritos por razão em multidões bombardeadas às ordens sem coração em fomes de crianças sem corpo à míngua de pão ossos,pragas e doenças mordidas por toda a aflição
  Houvesse justiça, houvesse bondade , houvesse Homem da tua alma que chegará um dia no tempo do amém e por todas as encruzilhadas do aquém o sorriso nasceria como fruto do além
  Entretanto, enquanto morres ou vítima da hora enquanto o teu sangue derramado clama e chora uns tantos banqueteiam-se na vã-glória do agora
  O que me inquieta é não saber a quem pertencerá a vitória ou o nome que ficará para História
 
  Luiz Sommerville 2010
 
  Comentário de Carol Carolina:
  "Amigo Poeta Luiz!
  Esse Natal é que me incomoda e deixa triste. É impossível a gente comemorar pensando só na gente. Nós não temos motivos para reclamar, temos o essencial para vivermos, não com luxo, mas temos. Eu pelo menos não sou rica, mas não me falta nada. Mas como conseguir esquecer dos muitos que gostariam de ao menos ter um pedaço de pão."
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