Soneto da Beata Esperta

Data 23/11/2011 17:16:48 | Tópico: Poemas

Não te crimino a ti, plebe insensata,
A vã superstição não te crimino;
Foi natural, que o frade era ladino,
É esperta em macaquices a beata:

Só crimino esse herói de bola chata,
Que na escola de Marte inda é menino,
E ao falso pastor, pastor sem tino,
Que tão mal das ovelhas cura, e trata:

Ítem, crimino o respeitável Cunha,
Que a frias petas crédito não dera,
A ser filósofo, como supunha:

Coitado! Protestou com voz sincera
Fazer geral, contrita caramunha,
Porém ficou pior que d'antes era!


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