Uma seda que queima

Data 24/11/2011 21:50:45 | Tópico: Prosas Poéticas

Nos tecidos da minha pele macia, que se vai enrugando com as peripécias da vida, escorrem suores de ti. Suores que ficaram de um respirar sustido, de um suspiro profundo envolvido num delicado lençol de seda, tecida de um vermelho uniforme e apaixonado.



Em segredo, lanço-te num mar de olhares tímidos e inocentes e contemplo-te. Penetro-te, invado-te faminta do teu ser tão admirável. E querendo ser o teu sorriso, incendeio-me de lágrimas de emoção. Conquistas-me assim, docemente e conscientemente. De cortiços encaixados, de almas entrelaçadas de sorrisos beijados, somos almas perfeitas. A sede ganha movimentos sinuosos, mostra-se volumétrica. Escaldante e húmida, desnuda-nos, caindo no chão como um colar de pérolas, e em gestos (des)entendidos, mútuos, devoramo-nos até à exaustão, deixando marcas daquele antídoto, daquela química nociva. Acelera-se a acção, todo o acontecer abalando todo o redor energeticamente. E no momento certo, do tocar perfeito e desejado, explodem-se em gemidos estridentes e satisfeitos.
Sem forças, alagados em suores de prazer, comunicam-se através de olhares cintilantes e sorrisos rasgados. Depois de um longo período de tempo, a respiração estabiliza, os corpos secam-se e num arrepiar conjunto abraçam-se, entrelaçam-se, adormecem serenamente.

Imagem retirada do motor de busca Google.

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Deixo um pedido de desculpas, pela minha ausência e um grande abraço a todos os que seguem(:

Rute.




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