
Flora
Data 26/11/2011 01:51:18 | Tópico: Poemas
| Flora, tantos anos já lá vão Desde que morri em teus braços Na mão e nos teus dedos Que se desligaram lentamente...
Sangrei até ao fim À espera de ti E estiveste sempre perto de mim. Observaste de perto o momento Interminável da minha morte Como se a sorte fosse o teu dia Mais longo e mais ardente, A acontecer no presente mais Intenso da tua vida.
Esse teu bom senso suicida Deixou-me de olhos marcados Na tua silhueta que se desfez Enquanto o sangue que me fez viver Me fazia morrer na sua ausência. A linha atenuou-se Até gritar no choro da paisagem Negra da escuridão eterna.
Deixaste-me ir. Depois, fui eu, na ordem natural De quem vai para obedecer Às ordens naturais, ditas por ti, Com a mão no meu peito, Que lá esteve até deixar de bater.
Deixa-me morrer! Não nos teus braços, Mas a um metro de mim, Para desvaneceres antes de nós!
|
|