
A Afonso Primeiro de Portugal
Data 28/11/2011 02:05:54 | Tópico: Sonetos
| Em Guimarães, foste nascido Deste luz à iniciação Fundaste um estado, a Criação e por tua mãe, foste ofendido
Na Cruz de Cristo foste fundido Ergueste a espada, com a destra mão e geraste um reino, uma nação e pelos teus homens foste seguido
Em Zamora, puseste a cruz da Santa Sé, leste o missal a tua coroa emana a luz
que irradia o verso fundamental removeste-me em tempos o capuz Afonso! Fundaste Portugal!
Depois de ti, novos reis seguiram O Quinto Império nasceu Ergueste o véu, quebraste o breu Novos povos, em ti surgiram
E novos heróis se inspirariam no teu escudo, no Apogeu do berço do Império que sou eu que escreve o Verso, que eles não queriam
Afonso, foste o homem que me germinaste oito séculos depois de ti Ergueste a espada, ergueste a haste
com a qual o Demo eu combati rompeste o hímen, com Deus casaste Criaste o Império onde nasci!
Cunhaste o sacro magistério em Além-Tejo, és soberano grafas o Verso, do poeta insano que em ti revê o sangue etéreo
Entre nós, está um Império Tu és o Rei, eu sou mundano Tu és o sacro, eu sou profano que habitamos o reino hespério
Fundei a Letra, fundiste a espada que esta nação com ferro se fundeou Ergueste o escudo, soltei a amarra
que a nobre pena libertou Emprenhaste-me a lírica a garra que o meu génio em ti visou
Com quais sentidos eu te revejo? Sou teu servo, ó Conquistador Por ti passei além da dor enquanto cruzavas Além-Tejo
Não tiveste pudor, ou pejo Cingiste-te ao teu Senhor A Deus, ao Papa, ao nobre Amor para fundar um reino egrégio
Em Ourique sais vencedor Em São Mamede triunfaste Colheste do Clero, o seu Louvor
Em Zamora, consagraste 1143, sei-o de cor Foste tu que me criaste.
Nasce de novo, porque és bem-vindo Ó Afonso, que foste o primeiro que plantaste o mar cimeiro e que fundaste um país lindo
Foste ungido com o escudo trino que desta nação, foi pioneiro Homem da paz, ou só guerreiro Afonso, és o meu amo que deslindo
Escrevo o sangue que derramaste na senda pela guerra triunfal oiço os berros, de quem mataste
com a esquerda mão, deste o sinal Escrevo no reino que germinaste ó Afonso Primeiro de Portugal!
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