
POR AQUI, AQUI MESMO.
Data 01/12/2011 20:21:20 | Tópico: Poemas
| . POR AQUI, AQUI MESMO.
por aqui balança o berço do desaconchego, ..........do erro e da estultícia ....................a fala anda enrolada de patologias, ....................a palavra na gastura dos bocejos ..........pois cá é assim, mas não deveria : tudo cansa, tudo falha, tudo maleficia
..........por aqui, qualquer esquina ....................alcunha-se de universo ..............................o olhar cega-se na rota fantasia ..............................e a assonância na verbiagem ....................o céu só reage azul - se há lado, a face é sul - ..........das pedras lisas exige-se o jade
por aqui reina o mutilante vislumbre ..........do deslumbre ....................mais o sentimento delicodoce, ....................a voz rachada que destroça embargada ..........em algo que, se confessa, só pode ser atroz paixão, e se chora, ah, é nostalgia mal-assimilada...
..........por aqui a saudade se coça, ....................se sevicia das costas da patifaria ..............................o majestoso ferve e ancora, ..............................a mão, em malícia, aporta, ....................desconforta o coração descompassado ..........que destoa nessa tosca epifania
por aqui amantes são mais comparsas, ..........acordes, farsas que abortam em transes ...................o passado perde-se nos seus instantes, ....................o futuro morre na falta de alcance ..........grafam-se traços sem vento, declamam-se versos sem sopros
..........por aqui tudo é uníssono e maçante, ....................arquétipo de desalmado balouço ..............................de abrir-se a boca, vê-se logo o beijo, ..............................a língua decepada seca de degredo ....................(atônita de aridez e espanto, pasma ..........do quanto há tanto aqui de tão pouco)
- Gê Muniz -
|
|