[não podeis desconhecer,]

Data 05/12/2011 06:14:48 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
................
****************

...
não podeis desconhecer,
que os girassóis procuram um sol,
que o poeta bêbado nunca o está,
que as putas adormecem pela aurora,

podeis desconhecer da palavra
que se veste, que se despe,
enquanto o desejo trespassa o silêncio
na amargura das solidões.

Desconheço o reflexo do espelho
que me atormenta,
[quando me olho consciência],

podeis desconhecer o mar,
que se abespinha
enxotando as gaivotas, que adormecem
em areais desertos no inverno,

não podeis desconhecer,
que um adeus será sempre dor,
mesmo na alegria do dia que se segue,

Desconheço as vidas
que são sombras, que passam
como cometas ou como raios
[por mim...],
desconheço-me por vezes,

sei que os meus sonhos
jamais estarão vazios.

Podeis desconhecer o som do violino,
mas não podeis desconhecer
que os girassóis procuram um sol,
que o poeta bêbado nunca o está,
que as putas adormecem pela aurora,
que o mar se abespinha...

e mesmo que desconheça
o que conheço,
liberto as palavras,
….
não podeis desconhecer
que as palavras se querem, [sempre],
livres.







e
a poesia, continuará suspensa?


O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=207674