
Barcos de Sangue
Data 09/12/2011 23:46:43 | Tópico: Poemas
| Gargalhadas sinistras temperam o silêncio da madrugada, Vampiros se atropelam no odor da carne apodrecida, Cadáveres se arrepiam de terror na cripta adormecida, Pois saciarão a verve de uma inspiração destilada.
Há um asfalto lambuzado pelo sangue da carnificina Em que flores gangrenadas são o ópio da passarela, Néctares e orvalhos somem pelas frinchas amarelas Deixando uma podridão de operários labutarem em sua oficina.
Vermes desvairados mergulham insensíveis na carniça Devolvendo ao pó da terra o barro da natureza, Na constante mutação em que se opera tal certeza, A vida cíclica do homem deveras se realiza.
No perfume umbilical a existência tem seu início E na funesta decomposição todos têm seu precipício!
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