[Sei das partidas, das chegadas]

Data 13/12/2011 20:10:32 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
...................
*******************

E caem algumas pétalas amarelecidas
nos sulcos da terra,
e renascem algumas cores adormecidas,

sei da água que escorreu,
de uma ou de outra nuvem,
formando um imenso rio,
sem margens, sem limites,

sei dos caminhos gretados
precorridos, do pó que a terra bebeu,
terra que aponta para as ondas,
tão perto,

sei dos navegantes enlouquecidos,
pelo sol, pelo sal, pela solidão,
sem as cores adormecidas dos corais.

Das sementes que vivem na esperança
de uma gota de água,
adormece o viajante sem luares,
ou pirilampos,

das marés paradas sem sopro,
sem vento,
tentam as gaivotas, no bater frenético
das asas,
empurrar a velha nau.


Sei das partidas, das chegadas,
sei das partidas mais outra vez,
sei dos caminhos sem encruzilhadas,
não sei do beija-flor,
que me olha espantado.







e da palavra?
Até quando

a poesia, continuará suspensa?



O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=208512