Murcharam as flores, que, pelo frio, jazem, em agonia, nos jardins. E aquele encanto, que de minha janela, eu absorvia, foi-se com as borboletas,
e os pássaros, que cobriam, de asas, o céu, no seu azul mais intenso. Rareia o sol, que se mostra timidamente, a espaços, por entre o negro das nuvens.
E a chuva forma poças no chão, em círculos sinuosos, respingando gotas, no cair das águas. Enquanto o Tejo, extravasa seus limites, invadindo as terras.
Dúcteis versos, escorrem de meus dedos, como as águas nas vidraças, assemelhando-se a pequenos rios, que ziguezagueiam, no plano translúcido.
E há uma saudade, de qualquer coisa aqui, que às flores traz vida e colore os jardins, de lindos matizes, que soltando vão, suas doces e finas fragrâncias.
Jorge Humberto 17/12/11
|