Já se passaram vários dias Desde o último Em que por aqui Fui vista
Sei que ainda me esperas Na curva dos dias curtos Lá Na orla do tempo Onde o sol desaparece E o frio se acentua
Não desistes Insistes! E resistes Na tua espera Porque tu sabes que eu volto
É verdade Volto sempre
... na volta De um instante qualquer Entre um ontem E um amanhã...
Bem sei que não te conheço Mas hoje sou eu quem te espera Desafiando o desconhecido
Ousando pisar ao de leve Os calos do teu desejo Espicaçando-te a vontade Que permanece Que ainda espera E onde quase desespera.
Talvez mais logo Me encontres No desassossego Da tua espera
... sentada nas brumas da madrugada Entre as margens de um rio [por onde correm selvagens e livres, as minhas singelas palavras]
Não te conheço Não me conheces [mesmo pensando que sim, quando de mim te apoderas, e me fazes tua... com esses teus olhos gulosos, que me penetram até à alma e me devoram a medula dos poemas...]
PS. Este poema foi escrito após ter aceite a sugestão da Juvepp, de construir um poema novo a partir dos primeiros versos dos últimos poemas que tinha escrito e publicado por aqui na época. O resultado foi este, escrito em 19/11/2008
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