Vai do hábito

Data 20/12/2011 15:11:33 | Tópico: Poemas

Sinceramente
As cartas e as crisálidas estão
todas na mesa
acenda-se mais um cigarro para
não sentir tanto o frio na
mão direita, a que mais segura
sinceramente
já não se importa.

Entretanto o olho esquerdo
lacrimeja teimosamente
sinceramente
as cartas já na mesa e as
crisálidas, esmurradas, lixo com elas
descansam noutro lado qualquer

(e o maço corre já a meio,
sinceramente)

Pelo que haveria de dizer
Á medida que os carros cismam
estrelas cadentes em fundos
decadentes,
saber que o rascunho ficou
traçado e mesmo assim
ensaiar uma asneira imprevista
ao invés de girar para casa,
sinceramente,
não aprende, insiste
no mais que há a queimar.

Envolta em paninhos quentes
Sinceramente,
não faz muito mais que isso.
Em si mente.


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