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Data 21/12/2011 14:30:42 | Tópico: Poemas

Sem qualquer adereço os dias alcançam-me, amado, como nossos corpos imbuídos de nudez e de sal.
Bebo-os como se fossem seus pormenores as sombras dos teus gestos distantes, cordilheiras úmidas de saudade e de dor.
Conto suas horas como espasmos da ausência tua, que ainda vives, amado, a incendiar hemisférios dentro de mim.
Sem qualquer adereço os dias perturbam-me os modos - meus passos no retroceder do sentimento, meus lábios refletidos nos teus olhos de ontem, minhas esperanças claudicando nas tuas avenidas.
Feito noites as manhãs se acumulam, amado, em minhas mãos sem norte; tingem de cinza os meus olhos vazios; passam-me as luas rumo a um dezembro eterno.

Sente, amado, a grandeza do teu existir.



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