Saudade

Data 23/12/2011 01:53:05 | Tópico: Poemas

O nome é proveniente do Brasileiro,
Mas é sentimento que vaga o mundo inteiro!
E ao tentar traçá-la,
Desperta-me velozmente do imo
Adentra o pensamento e coração
E difunde-se pelo corpo com branda ilusão.

Saudade é o fazer sofrer da alma
E quando invocada
Faz-se ligeira na chegada.
E quando vinda à tona
Mesmo que por uma ingênua descrição
Machuca, fere sem qualquer afeição.

Saudade é quando nossa consciência íntima entoa,
Ao lembrar daquele gesto, daquele toque, daquela pessoa,
fazendo apontamentos palpitarem à toa.

Saudade é buscar alento nos sentidos
Ouvir vozes distintas sem um eco entoado
É repassar imagens como metragens
É sentir o toque sem ser tocado
É inspirar aromas sem odor algum
É contradizer com o cotidiano mesmo com tanto em comum.

Saudade é o poder que entra em cena
E instiga talentos da imaginação
É o atiçar de nossas frágeis carcaças
Fazendo-nos sentir a opressão estomacal
Fazendo oprimido, o pobre coração, de forma colossal
Fazendo a adrenalina exceder em nossas veias de maneira desigual
Causando-nos alucinógena comoção descomunal.

Saudade é o tentar atenuar pelo sonhar,
É fornecer alento para a vontade
Através da lembrança...
Tornando-nos ingênuos como criança.

Saudade é não poder tanger e vivenciar,
Apenas recordar.
Está sempre engatilhada
E mostra-se feroz quando invocada
A qualquer momento,
Visitando-nos através de um objeto,
Um lugar, sempre pelo indireto.
E para o desespero rotineiro
Não há tempo derradeiro
Aparece-nos o ano inteiro...

Saudade é o pressagiar
E às vezes, resulta-nos o chorar.
É o sentir e não poder possuir
É o querer e não poder viver
É a consciência do passado
Aguerrido, desbravado!
que aparece quando precisamos de atenção.
Vem, fornece-nos alento
E de brinde toda a emoção
Para reviver, despertar, chorar,
Amar e perdoar...

Mas faz bem em vir para amenizar.
É a saudade que comprova que amamos
Que nos importamos e retira-nos
Do modo inconsciente, mostrando-nos carentes
Da necessidade de gente,
Interligando sonhos, com um falso futuro à frente.



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